quarta-feira, 1 de abril de 2009

Coluna da Ana Beatriz: Sou má



Puxei minha blusa pretosa para cima, sem nenhuma peça de lycra a prender nada por baixo; fiz a saia de palmo-e-meio quase-jeans bater no teto, puxei a tanguíssima vermelha de sex-shop e brinquei de cavalinho com um rapaz de cabelos (todos eles) super-negros. Eu de cavaleira só tinha o brinco, ele de cavalo nem isso. Mas urrou como um.

Dezenove anos, a idade ideal, com jeito de menino mas sem problemas com a lei. Começamos às oito e pouco da noite (onde estava você na hora na segunda 16 de março?). Fizemos um papai-mamãe bem tranqüilo, quase em silêncio, o menino dando uns suspiros que pareciam choro. Beijei-lhe os cabelos, aproximei seu rosto do meu. Afinal eu lhe estava estraçalhando a pureza. Já tinha transado uma namoradinha antes. Mas alguém pode ter transinha adolescente e ficar do mesmo jeito. Porém: ser abordado por um marido para transar com a mulher dele; topar; chegar no dia e na hora ao motel; tomar aquele banho, o que sempre faço questão; já sair pelado; ver a mulher de outro homem provocá-lo; depois de tudo isso não há mais inocência. A pureza fica em pedaços. Nesse momento ele deixou de ser menino.

Com meu marido vendo tudo, óbvio.

Não sou um anjo e faço minhas canalhices. Uma das principais delas é gostar de destruir a inocência de um homem. É lindo ver a diferença no olhar dele antes e depois da transa. Antes, ainda o brilho de menino; depois, mais um safado no mundo. Nos intervalos procuro pretextos para andar com o garoto pelo motel, para pegar uma cerveja ou mudar a temperatura do ar condicionado. Faço isso bem natural, nós andando para um lado e outro sem nada. Para mostrar que isso é normal de agora em diante na vida dele. No meio do movimento de sai-e-entra, disse a um centímetro do ouvido dele: Bem-vindo ao canil, cachorro!

Ele se assustou. Mas continuou a entrar. Nascera mais um safado.

Sou má.

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Olá Ana Beatriz e Ludwig, sou/fantasio em ser corno (ou fazer de meu maridinho um) e penso o seguinte: